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PROMESSAS DA PONTE GUARUJÁ-SANTOS COMPLETAM UM SÉCULO


O Governo do Estado de São Paulo retomou o tema sobre a construção de uma ponte ligando Guarujá e Santos. Numa audiência pública realizada esta semana em Santos o “novo” projeto foi apresentado. A obra foi anunciada em fevereiro deste ano pelo governador João Doria (PSDB), está em processo de licenciamento ambiental pela concessionária Ecovias.

O projeto contempla a construção da ponte, com 7,5 km de extensão total, que custará R$ 2,9 bilhões. O valor será bancado pela Ecovias. A concessionária afirmou que o projeto não tem vocação para a mobilidade urbana, mas vai atender o fluxo de veículos do Sistema Anchieta-Imigrantes e do Porto de Santos.

Esta etapa condicionante previa a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (Rima), já entregues à autoridade ambiental, além do debate sobre o empreendimento. As informações foram dadas pela empresa, que também admitiu a necessidade de pedágio. O encontro reuniu 35 participantes, que se manifestaram contra e a favor do projeto.

Depois de 100 anos, nada de ponte e túnel

Há pelo menos 92 anos, empresários e políticos apresentam projetos de uma ligação seca entre Santos e Guarujá. O primeiro empreendimento surgiu em 1927, com o engenheiro e arquiteto brasileiro Enéas Marini. Marini pretendia a construção de um túnel submerso entre a região portuária de Santos com os futuros distritos de Itapema, Bocaina e Guarujá. À época, a Ilha de Santo Amaro era considerada parte do município, até a emancipação política, em 1934.

A estrutura partiria do velho mercado do Paquetá até a estação de barcas de Guarujá. Um percurso de 900 metros de extensão e que poderia ser feito, de acordo com o seu projetista, em 40 segundos, de automóvel.

Na década de 40, o engenheiro civil e arquiteto Francisco Prestes Maia elaborou o Plano Regional de Santos. Ele, que em duas oportunidades governou a cidade de São Paulo, contava com o apoio do então governador Adhemar de Barros para disseminar o projeto na Baixada Santista. A ideia do engenheiro era a construção de uma ponte levadiça, nos moldes da Tower Bridge, em Londres, na Inglaterra.

Poucos anos depois, o engenheiro paulistano Luiz Muzi apresentou um novo projeto para a ponte entre Santos e Guarujá. Muzi projetou uma ponte com 500 metros de vão, sobre a entrada do estuário, ligando as ilhas.

No desenho, o sistema permitia um trânsito livre às embarcações no canal de acesso ao Porto. Além disso, ela seria implantada na área onde hoje está o Ferry Boat. O acesso seria feito por meio de uma rampa ao estilo 'caracol'.

Em março de 2010, o então governador José Serra (PSDB) anunciou o projeto da ponte estaiada que ligaria as cidades. À época, o governo do Estado anunciava um complexo de 4,6 km, sendo 1 km de ponte que beneficiaria os cerca de um milhão de pessoas que vivem em Santos, São Vicente e Guarujá.

O que mais marcou o projeto, no entanto, foi a cerimônia realizada no Ferry Boat, no lado santista, na Ponta da Praia. Com a presença dos prefeitos João Paulo Tavares Papa e Maria Antonieta de Brito, de Santos e Guarujá, do deputado Beto Mansur, entre os outros políticos, Serra apresentou uma maquete da ponte. No entanto, um ano depois, o projeto foi abandonado.

Exatamente três anos após José Serra apresentar a maquete da ponte estaiada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a entrega do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/Rima) para a construção do túnel submerso que ligaria Santos ao Guarujá. Orçado inicialmente em R$ 2,4 bilhões, o projeto previa uma estrutura de 762 metros de extensão, 950 metros de rampas e cerca de 4,5 km de obras viárias em superfície e em viadutos. O túnel era composto por seis módulos de concreto pré-moldado, que seriam construídos em uma doca seca localizada no Guarujá.

Posteriormente, o túnel também foi alvo do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). Com o período de recessão, e o contingenciamento de gastos por parte do Governo Federal e do Governo do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin decidiu deixar o projeto de lado, abandonando também a real necessidade da construção da importante obra para o Litora

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