POPULAÇÃO QUER MAIS BOLSAS DA UNAERP
“Não conheço ninguém que ganhou
uma bolsa da Unaerp ainda”
Bolsas de estudo oferecidas
nem sempre são aplicadas
Um estudante da instituição, que prefere não se identificar, afirma que há uma falta de prudência da fiscalização das bolsas concedidas na instituição. Segundo ele, depois de passar por uma série de requisitos para a aquisição da bolsa, alguns alunos não conseguem entregar os documentos necessários e perdem a bolsa.
As bolsas deveriam ser oferecidas para outros estudantes, porém não é assim que ocorre, deixando algumas turmas com menos de 5% de beneficiados, como rege a Lei Municipal nº 2.550, de 11 de agosto de 1997. “Tem que fiscalizar isso. Conheço turma que deveria ter três alunos bolsistas. Mas, como os estudantes não conseguiram adequar a documentação, apenas um bolsista ficou na sala de aula. E as outras duas bolsas que deveriam ser concedidas à turma?”, questiona o estudante.
“As bolsas da Unaerp são realmente importantes para os jovens da Cidade, mas acho que a faculdade deveria oferecer um pouco mais para a população, já que a área que ela ocupa é muito grande. Tem muitos jovens que gostariam de estudar e não tem condições. Não conheço ninguém que ganhou uma bolsa da Unaerp ainda”
Igor Mateus dos Santos, 20 anos, balconista
Jardim Progresso
“Já que a faculdade oferece tão pouco para a Cidade, o certo é que a Unaerp deveria alugar um local e pagar impostos como todos nós. Não é uma universidade pública. A prefeitura gasta tanto com aluguel para manter os setores de serviços. A economia seria muito boa para investir em Saúde e Educação, por exemplo. Essa quantidade de bolsas para uma população de jovens tão grande parece brincadeira. Se o contrato for renovado, então que seja melhorado o retorno à população, senão não vale a pena”
Vera Lúcia de Lima Moretti, 62 anos, dona de casa
Centro
“Se a Unaerp sair da Cidade vai prejudicar os estudantes, já que não temos muitas faculdades em Guarujá e a locomoção para outras cidades da região é complicada. O correto seria a instituição ser mantida na Cidade e essa parceria com a Prefeitura melhorar, ser melhor estudada. A Prefeitura está correta em pedir mais ajuda à instituição, com tanto tempo usando o espaço sem pagar. Espero que eles aceitem a proposta do governo e a instituição se mantenha em Guarujá”
Ana Maria N. D. Pinheiro, 62 anos, professora aposentada
Jardim dos Pássaros
Neste ano, a Unaerp ofereceu apenas
14 bolsas de estudo, segundo PMG
A Secretaria de Educação de Guarujá informou ao Jornal da Cidade que o contrato com a Unaerp oferece 5% de bolsa referente às matrículas realizadas por classe. Em todo o período de concessão, desde 1997, foram ofertadas um total de 410 bolsas (em vinte anos). Neste ano, são apenas 14 bolsas ativas.
Em nota, a Prefeitura afirmou que “compete à Prefeitura informar o período de inscrição através de divulgação no Diário Oficial do Município. A seleção é feita de acordo com a classificação do vestibular realizado na Unaerp. Os requisitos para a bolsa são: renda familiar não superior a três salários mínimos, residir em Guarujá há pelo menos cinco anos, ser eleitor no Município, e após colher informações, passar por uma visita domiciliar feita para comprovação das informações apresentadas.
“Unaerp tem que oferecer mais à Guarujá”, dizem moradores entrevistados
Com a intenção de saber a opinião da população sobre a prorrogação do contrato de concessão do prédio público cedido pelo Governo Municipal de Guarujá à Universidade de Ribeirão Preto - Campus Guarujá (Unaerp), o Jornal da Cidade foi às ruas e conversou com munícipes de vários bairros.
O contrato de concessão, assinado pelo então prefeito Maurici Mariano, em 1997, prevê a renovação do benefício em dezembro de 2017, cinco anos antes do término do contrato, previsto para 2022. Embora a concessão tenha sido renovada por mais 25 anos, em 2014, no governo de Antonieta de Brito, três anos antes do prazo final fixado no contrato (quando a diretora da Unaerp Priscilla Bonini era secretária de Educação da Prefeitura), e com parecer jurídico favorável, o atual secretário de Ação Governamental, Gilberto Venâncio, afirmou em entrevista publicada no dia 23 de setembro no Jornal da Cidade, que o documento será apurado e as tratativas vêm ocorrendo entre as partes.
Segundo Gilberto, a direção da instituição se limitou a fornecer apenas os 5% de bolsas de estudo por turma, o que se torna pouco razoável diante da ocupação de uma grande área, sem pagamento de aluguel e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
O governo quer melhorar a contrapartida da universidade para a Cidade, pedindo a construção e manutenção de uma creche para 200 crianças, além das bolsas. “O gasto da Prefeitura com alugueres que abriguem setores públicos chega a 8 milhões ao ano. Estamos negociando, tendo como critério a razoabilidade e o interesse público”, afirmou o secretário.
Nas ruas as opiniões variam quanto à renovação do contrato, mas um ponto em comum entre as respostas ouvidas pela reportagem trata-se da necessidade de melhorar a fiscalização na oferta e entrega das bolsas, além do oferecimento de mais benefícios por parte da Unaerp para a Cidade.
Conheça a opinião de alguns moradores da cidade: